A Viagem de Mozart a Praga
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No
romance A Viagem de Mozart a Praga, Eduard Mörike evoca a figura deste génio da
música abrindo à personagem possibilidades lúdicas que ela raramente teve na
vida real. Apenas um dia na vida de Mozart nos é descrito, mas com visões de
passados e futuros. Tudo isto nos é narrado a partir do pequeno incidente que
nos conta como o músico forasteiro se perde no jardim de um palácio e de como,
sem pedir licença, colhe uma laranja de uma árvore. Mas assim como o músico não
é um vagabundo qualquer, também a laranjeira é uma árvore especial, destinada a
uma festa de noivado. Desta forma este festejo é transformado por Mozart na
festa das festas e um fragmento da obra D. Giovanni é tocado pela primeira vez
perante um público. Mörike consegue captar nesta obra a índole e o destino de
Mozart numa mesma imagem, no esboço de um único dia, e apresentá-los juntamente
com o jogo, a arte, a distracção e a vida na sociedade, a alegria e
pressentimento de morte, as barreiras sociais e o vencer dessas mesmas
barreiras através da arte.
Sobre
o autor
Nasceu
em 1804 em Ludwigsburg, Alemanha, tendo seguido os estudos teológicos. Embora
não sentisse qualquer vocação para a carreira religiosa, foi, durante longos
anos, pastor. Abandona o Presbitério no ano de 1834, quando se encontrava em
Cleversulzbach, dedicando-se a uma vida isolada, até que se fixa em Estugarda,
onde ensinou literatura, de 1851-1866, no Katharine Institut. Mais talhado para
a criação de mitos e de contos fantásticos, residindo aí o seu valor poético,
Mörike, na sua obra mais conhecida, A
Viagem de Mozart a Praga, liga a
fantasia ao dado biográfico, criando uma pequena obra-prima onde a graciosidade
meridional se alia à profundidade psicológica. Viria a falecer em Estugarda, a
1875.
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