Queda sem fim
A
imagem da queda é das mais profundamente incrustadas na cultura ocidental,
tendo uma remota origem teológica, mas também correspondendo ao desejo milenar
de escapar às forças gravitacionais que fazem cair todos os corpos para a
Terra. A queda era então um momento, talvez dramático mas provisório, da
ascensão ou elevação. Na modernidade a imagem da queda sofreu uma mutação
considerável. A leitura do conto de Põe, Uma descida ao Maelstrom, serve de
pretexto para apreender tal metamorfose, cuja compreensão se torna mais
imperativa no momento em que se vai impondo uma cultura da «imaterialização» ou
do «incorporal».
Sobre
o autor
José
A. Bragança de Miranda é docente universitário, leccionando sobre «Teoria da
Cultura», «Cibercultura», «Arte e
Comunicação» e «Teoria Política». É investigador do «Centro de Estudos de
Comunicação e Linguagens» (CECL), de que
é director, no quadro do qual dirige o
projecto «Tendencies of portuguese network culture» (FCT). É ainda
vice-presidente da SOPCOM – Associação Portuguesa de Ciências da Comunicação de
que foi co-fundador. Autor de numerosos ensaios nas mais diversas áreas da
cultura contemporânea, das suas publicações destacam-se apenas os livros
seguintes: Analítica da Actualidade (Lisboa, Vega, 1994), Política e Modernidade (Lisboa, Colibri,
1997), Traços – Ensaios de Crítica da Cultura (Lisboa, Vega, 1998), Teoria da
Cultura (Lisboa, Século XXI, 2002), Síntese (Lisboa, UL, 2005), Espaços (2005).
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