Ilídio Matos (1926-2013)



Ilídio Matos

Não são muitos os Agentes Literários existentes no nosso país. Que eu saiba, apenas dois: Ilídio Matos e Agência Dias da Silva. Também nesse capítulo somos pequenos. Por isso ficou pobríssimo esse sector editorial com o recente desaparecimento do primeiro. Para mim, que o conheci e tive estreita convivência com ele, graças à qual pude aperceber-me melhor das suas imensas qualidades como profissional e ser humano, foi uma perda irreparável.

Por muito tempo que ainda viva, jamais esquecerei aquele ser inteligente, culto e afável, sempre predisposto a relacionar-se com os editores na base de uma ampla compreensão das dificuldades com que eles se confrontam frequentemente, sobretudo quando se propõem intervir activamente na cultura e educação, que foi Ilídio de Matos.

Tampouco esquecerei os imensos e bons momentos que partilhei com ele, em redor de uma mesa, saboreando um bom prato e um bom copo de vinho, e, muito em particular, o fino espírito de humor que se desprendia das suas muitas histórias.


Por estas e muitas outras razões, mais do que um prestigiado agente literário, que muito contribuiu para o conhecimento em Portugal de grandes nomes da literatura estrangeira, como Graham Greene, de quem, aliás, foi amigo íntimo, Ilídio de Matos foi um daqueles amigos, com A grande, que sempre recordarei com imensa saudade.


O editor
Assírio Bacelar   

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