A Agonia da Europa
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Sobre o livro
Diz María Zambrano neste seu
livro que o europeu «é o único homem que, vivendo numa religião, não se dispõe
a servir de pasto aos deuses, nem sequer ao Deus que se sacrificou por ele.
Pelo contrário, quis fundar a sua história, a sua própria criação, acima de
tudo.» O resultado disso talvez seja precisamente esta agonia da Europa, por
ela constatada desde finais da Segunda Guerra Mundial.
«Desde há bastantes anos» –
escreve a autora, logo na abertura do primeiro capítulo – «a afirmação é
repetida: a Europa está em decadência. Mas agora já não parece necessário
afirmar tal coisa. Muitas pessoas que nisso crêem referem-se ao caso com uma
frase velada e um sorriso irónico, como que aludindo a um segredo já tão
divulgado que até se torna mais elegante e misericordioso tentar encobri-lo…» A Agonia da Europa é a sua
explicação do que nos trouxe até à presente decadência. Uma análise, ao mesmo
tempo, implacável e repleta de compaixão. Como ele própria diz: «É o tempo da
dolorosa lucidez.»
Sobre os autores
María Zambrano, nascida em Velez – Málaga, em 1904,
e falecida em Madrid, em 1996, foi a primeira mulher espa-nhola que dedicou
inteiramente a sua vida à filosofia. Viveu em Madrid, Segóvia e, de novo, na
capital espa-nhola, onde veio a ser discípula de Ortega y Gassett, e se tornou
um dos pólos juvenis da renovação cultural de Espanha durante os anos 30.
Durante toda a guerra civil escreveu e participou muito activamente em
múltiplas iniciativas culturais a favor da República, tendo sido uma das
componentes cruciais do novo humanismo da revista Hora de España. De entre as
suas obras destacam-se El Hombre y lo Divino, El Sueño Creador, Espanã Sueño y
Verdad, Claros del Bosque e De la
Aurora. Em 1989 foi-lhe atribuído o Prémio Cervantes.
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