Formato 11 x 19 cm ● 72 Págs. ● PVP 8,48 €
O Declínio da Mentira - 5.ª edição
Oscar Wilde

Sobre o livro

O Declínio da Mentira, sendo um texto que vale por si próprio, inscreve-se numa longa tradição do pensamento ocidental, ou seja, a da permanente tensão entre a arte e a vida. Em si mesma esta contradição é irresolúvel, mas sempre que surge é de uma forma dramática. Basta pensar na acusação radical que Platão endereçou aos poetas, e a sua sentença sumária de que deveriam ser expulsos da Cidade. Na modernidade é com Nietzsche que se dá a inversão de tendência, passando a arte – a ficção – a mais verdadeira que a «verdade» porque sabe que trabalha com mentiras, enquanto os que defendem a verdade não o sabem. Oscar Wilde é eminentemente moderno neste texto, e a sua ironia profunda realiza todo o programa do romantismo, sumariado na famosa definição de Yeats: «A verdade é beleza, a beleza é verdade». Esta identidade é, porém, sempre precária e, de certo modo, o esteticismo de Wilde é o melhor sinal dessa precaridade, pois a vida não sofre lições da arte, embora seja a arte que a «salva» na sua melhor forma. Entre a afirmação de Wilde de que «a derradeira revelação é que a mentira, o acto de contar belas coisas não verdadeiras, é o propósito exclusivo da arte» e o paradoxo de Pessoa para quem «o poeta é um fingidor,/que chega a fingir que é dor/a dor que deveras sente», surge uma superação do esteticismo, que deixa entrever o sofrimento como a verdade da arte, e não o belo. O Declínio da Mentira, de Oscar Wilde, é um ponto de passagem essencial para pensar esta questão.

Sobre o autor

Oscar Wilde (1854-1900) foi o maior escritor da Inglaterra vitoriana. Embora nascido na Irlanda, cedo assumiu um papel central na cena londrina por meio da sua excentricidade e extremismo de convicções e posições em relação à hipocrisia da sociedade da era da Rainha Vitória. Ligado ao movimento esteticista, ao qual deu corpo a partir das doutrinas de Walter Pater, importou de forma adaptada as correntes mais inovadoras da Europa continental, nomeada-mente o simbolismo, e tornou-se no mais celebradamente discutido dramaturgo da altura, com peças tão relevantes como A Importância de Se Chamar Ernesto ou Salomé. Algumas das suas provocações doutrinárias no domínio da Estética («A vida imita a arte», por exemplo) tornaram-se em dogmas dos tempos modernos. Além de alguns ensaios, dois títulos seus assumem particular importância: O Retrato de Dorian Gray e Carta a Lord Douglas.

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